GOVERNADOR WALDEMAR ALCANTARA

***"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender." Paulo Freire ***

terça-feira, 11 de agosto de 2009

I NOITADA JULINA DA E.E.E.P GOV. WALDEMAR ALCÂNTARA

I Noitada Julina da E.E.E.P Gov Waldemar Alcânatara
dia 03 de julho de 2009
PATATIVA DO ASSARÉ

“Poeta, cantor da rua/ Que na cidade nasceu/ cante a cidade que é sua/ Que eu canto o sertão é meu/”.Se ai você teve estudo/ aqui, Deus me ensinou tudo/ sem de livro precisar/ por favor, não mexo aqui / que eu também não mexo ai / canta lá, que eu canto cá” /. (Trecho do poema cante lá, que eu canto cá).
Nas simples palavras se encontra a grande riqueza de quem mais expressou a vida do homem do campesino. Assim cantava o pássaro sertanejo batizado com o nome de Antonio Gonçalves da Silva, ou mais precisamente o poeta popular Patativa de Assaré, nascido a 05 de março de 1909, cantava, em prosa e verso para manifestar os sentimentos que mais gostava, sentia e vivia que era as coisas do sertão com toda a sua e seu cotidiano. Assim, o próprio se definia. “A dor é bem contada quando contada por quem padeceu!”. Patativa do Assaré teve quase um século de vida inteiramente dedicado a cultura popular, sendo um legítimo porta voz dos excluídos, pobres e marginalizados, sejam homens ou mulheres do nordeste brasileiro. Encontrava no povo simples e humilde a presença de sua própria marca. Entre tantos significados em sua trajetória, fez historia na própria nordestina no tempo com secas ou com enchentes. Soube como poucos, diversificar, com riqueza de detalhes, o entardecer e o amanhecer da cultura popular na terra do sol.
Poeta de Triste Partida, dos retirantes da seca em pau de arara, cantada por Luiz Gonzaga; poeta de “Vaca estrela e boi fubá” que exalta o vaqueiro do sertão, cantava por Raimundo Fagner. Homem caipira de inúmeros homenagens, honrarias e títulos. Dr Honoris Causas por várias Universidades aqui e lá fora; o autor de vários livros espalhado Brasil à fora é a mesma pessoa nascida numa casa de palha de chão batido cercado de pobreza na pequena Assaré; de origem humilde, freqüentou uma escola atrasada da zona rural por pouco tempo, tendo que ir ao campo muito cedo para ajudar a sustentar sua família, no entanto de grande formação humanística, lendo de Camões a José de Alencar; O homem pássaro que em vôo entoava cantos e que encantou o mundo com seus mais de mil poemas, é o mesmo que em solo firme simboliza a imagem do caboclo roceiro que cultiva milho, feijão e roça, e que caminha na esperança de bom inverno e farta colheita.
Patativa do Assaré, mesmo cego, aleijado, mouco e com o peso da idade nas costas, demonstrou com seu canto, com sua bravura fincada nas raízes agrárias mediante tantas adversidades, ser legitimo e autentico com sua gente. O seu grito poético ecoa nos grotões que vão do pé de serra as veredas do sertão, das matas serrana ao sol litorâneo. Como ele mesmo cantava no poema “Vida Sertaneja”: “Por força da natureza / sou poeta nordestino / porem só canto à pobreza / do meu mundo pequenino / .Ou ainda no poema “O poeta da Roça”: “Só fio da mata, cantô da mão grossa, trabaio na roça, de inverno e de estio / a minha chupana é tapada de barro, só fumo cigarro de paia de mio”.
É com essa pequena, mais importante passagem biográfica, tendo a figura maior do Poeta Popular Patativa do Assaré, que a E.E.E.Profissional Gov.Waldemar Alcântara, homenageia e festeja, com muita animação e alegria esse arraiá. Numa noite em que o céu estrelado se rende no lugar em que cada canto é um encanto. Viva Patativa!!!!

Patativa, pássaro livre e sonhador,
Bravo no canto de sertanejo
Humilde na terra do criador.

Tua poesia furou barreiras
Feito força de água corrente
Nossa escola te agradece de mil maneiras,
Por cantar nossa gente.




Texto e fotos por Amauri Didi

















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